segunda-feira, 1 de abril de 2013

Ihéus, 1925


Ele era moço bonito
Ela vinha de um lugar distante
Ele veio de outro continente
Ela era retirante

Ele se preocupava com dinheiro
Ela só queria ser feliz
Ele andou sozinho o mundo inteiro
Ela viveu sempre por um triz

Ele era filho da solidão
Ela era filha da seca
Ele buscava a imensidão
Ela era de cama e mesa

Ele tentou domá-la
Ela queria apenas respirar
Ele usou as convenções como amarras
E ela com outro foi se deitar

Ele era ciumento
Ela era um espírito livre
Ele não suportou o tormento
Mas, sem ela, ele não vive.

Numa simples troca de olhar
Os dois destinos foram selados,
Assim como rio deságua no mar
É o encontro dos apaixonados

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