A arte de amar

Às vezes a tristeza toma conta

O olhar perdido denuncia o estranhamento

A seleção já não joga mais com ponta

Perdemos a noção em qual momento?

Viver o luto deveria ser uma possiblidade

Como é solitária a vida na cidade

O momento é de extrema dificuldade

Inebriados pela busca da felicidade

Escravos do bom desempenho

Não é fácil encarar o desalento

Não acho que nos falte talento

O mundo não é um lugar pequeno

Deus deve estar realmente morto

Não é possível tanto desconforto

Uns vivendo com muito

Outros vivendo com pouco

Não consigo sorrir

Tá tudo fora do lugar

Não tem pra onde ir

Vou reler A arte de amar

Conhecimento

A vida segue o seu movimento.

A espera de um alento.

Sempre atento aos pequenos,

Momentos.

           

Queria ser mais distraído,

entender menos o que acontece

É muito tempo desperdiçado,

com quem não merece.

                                             

Existe uma linha tênue que

separa a soberba da ilusão.

O conhecimento é uma fronteira

entre a verdade e a solidão.

Dores da Alma

A gente tenta acalmar

o coração.

Dentro da perda existe

uma lição.

É difícil a posição de quem

diz não.

Não existe lugar na vida

pra perfeição.

A vida ensina esperar.

Eu nunca quis saber,

como ia terminar.

Segui caminhando ,

sem nada cobrar.                         

Será que a medida do amor

deixou de ser amar?                    

Sempre acreditei

que existia algo especial.

Atribui tudo isso

ao sobrenatural.

Nunca quis ocupar pedestal,

nunca estive acima do bem

ou do mal.

Existem mágoas

que aprendemos a driblar.

Limitações que temos

que aceitar

Cada um carrega um olhar

As dores da alma são as mais

difíceis de curar.                            

Movimento

Se a vida é movimento

Aproveita o seu talento

Não seja refém

de relacionamento

Abusivo não é só quem

te agride fisicamente

Tem que existir harmonia

entre o corpo e a mente

Se não deu dessa vez reinvente

Chega de olhar pra trás

Se não consegue desejar

o bem,

olha através.

Escravos Modernos

Obrigados encarar a decadência

A vida cerceou a dependência

O que nos resta além de carência?

Seguimos nessa vida miserável

Os nervos estão em frangalhos

Além do medo de morrer

Medo de ficar sem trabalho

O desejo de retornar rotina

O medo permanente da guilhotina

Ameaçados pelos que usam botina

Desaprendemos a cultivar o ócio

Casais flertando com o divórcio

Acreditamos na Democracia? É lógico!

É muito esforço em defesa do óbvio.

Em tempos de isolamento.

Sem alternativas ao confinamento

A solidão é o maior dos tormentos

Rimas Pobres

Eu quero fazer rimas pobres

Poetas tem o coração nobre

Tudo que não reluz é cobre?

Poesia abaixo da linha da pobreza

Cansei de mediocridade e avareza

Um Café pingado e uma dose de certeza.

Aprendi a conversar por meio de prosa

Meu mundo nunca foi cor de rosa

Poesias feitas numa tarde chuvosa

Rimando a gente fala sobre a vida

Tenho medo da despedida

Te espero na próxima saída