sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Cegueira



Sinto um vazio por dentro do peito,
Incapaz de viver as histórias,
Não conseguindo mais ser sujeito.
Completamente refém da memória.

É amarga essa sensação de vida vazia,
Me pego parado esperando a ajuda da sorte.
Sinto ou um fardo nos ombros, dia após dia.
Só me resta flertar com o sorriso enviado pela morte

Já não me alimento mais de esperança,
Deixo para trás as ilusões da infância,
Tamanha é a sordidez dos sonhos de criança.
A palavra de ordem é desconfiança.

A ignorância é a melhor companheira
Para que enxergar além?
Se o melhor da vida está na cegueira
Alegria de folião é desfilar na Mangueira.

Saudade


É uma dor que insiste doer
A saudade que não vai desaparecer
O coração que não se quer se restabelecer
Pensamento que não vai te esquecer

É esse o amor que não vai passar
Pois, o seu cheiro paira no ar.
Eu nos seus braços quero me aninhar
Louca, é a minha vontade de te beijar.

É você quem insiste em me entristecer
Dessa forma vou ter que me escolher
E nesse caminho eu não vou me perder
Sem seus carinhos eu prefiro morrer.

Eu não tenho como fugir da saudade
É difícil admitir e aceitar verdade
Sempre tivemos toda e total liberdade
De envolvimento, carinho e intimidade.

Eu apenas tento crer que irei te esquecer
Não consigo entender o seu prazer
Entrega-se ao desvinculo sem perceber
Morre de amor para enfim renascer

sábado, 4 de agosto de 2012

Moribundo




Buscando de onde sou oriundo
Em minhas andanças pelo mundo
Vagando sem rumo
Flanando sem prumo

Quem sabe um dia,
Eu me arrumo.
Quem sabe um dia,
Eu me assumo.

Feito um cão vagabundo
Esgueirando-me pela noite
Escondendo-me no sussurro
Sob lamúrias e murmúrios

Meu coração está moribundo
Bate no peito desnudo
A dor é lugar de quem fica,
Solidão sentimento fecundo.