segunda-feira, 31 de março de 2014

Comum de dois




Quando romperam as redes de segurança
E o que nos restou foi à cumplicidade
Superamos todas as intemperanças
Enfrentamos juntos a tempestade

A nossa caminhada é contínua
Adoro me perder no seu olhar
É tão doce essa nossa rotina
Comum de dois é o nosso lugar

Não sei se existe mistura perfeita
É tão simples combinar feijão e arroz
De noite na hora que a gente se beija 
A cumplicidade dos sorrisos a dois


Prazo de validade


Punido por escolher a solidão 
Tive o Tempo como um artífice
Segui a vontade do coração
O silêncio foi meu único cúmplice

Acreditei que tudo seria diferente
Aliás, como não acreditar?
Sai em busca da felicidade
Mesmo sem saber onde encontrar

Optei por não me esconder do amor
Preferi me destacar pela diferença
Andei de braços dados com a dor
Saudade misturada à existência

Foi muito bom enquanto durou
Porém, perdemos a tonalidade,
Não temos nada para contestar
Foi amor com prazo de validade

sexta-feira, 7 de março de 2014

Maioridade Penal


Como se quisessem realmente debater,
Sobre a redução da maioridade penal.
Um assunto que para ninguém é novidade
Capitães do mato candidatos a alcaide

O apelido do menino Pedro era Bala
Ele até parecia com uma bala perdida
Mas, na verdade era apenas uma criança
Que só queria uma bala para adoçar a vida.

Seu destino era permanecer a margem
Talvez, se tivesse sido bem educado,
não seria Bala, seria revolucionário.

Faz tanto tempo que o amado Jorge
Escreveu Capitães da Areia.
E mesmo assim, nada mudou de lugar.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Revira e Volta



Revirando os sentimentos
Me deparo com a solidão
Na poesia encontro alento
No amor busco o perdão

Divino é respirar todos os dias
A palavra em pauta conciliação
Transcender é a mais bela das artes
Alteridade sinônimo de transformação

Aos que ficaram para trás,
O amor insiste em ser contumaz
Ora persistente, ora perspicaz

Cansativo é ficar refém de amizade
Chega de amigo disfarçado de capataz
Amor combina com solidariedade

terça-feira, 4 de março de 2014

Pretensões



Caminhou por tantos lugares
Mesmo sem saber para onde ia
Nunca foi de ficar pelos bares
E muito menos adepto da boemia

Era apaixonado pelo futebol
Um belo dia descobriu a política
Pavio curto não entra em paiol
Aprendeu aceitar a crítica

Mesmo descobrindo a poesia
Estava sempre morrendo de amor
Tentou viver dia após dia

Mas, nunca foi um fingidor.
Por isso, deixou para trás.
Todas as pretensões poéticas