terça-feira, 6 de agosto de 2013

Em frente


Não é possível mais eleger a doença,
Já não enxergo os valores trazidos pela crença.
Esse mundo metafísico não me sustenta,
A racionalidade não faz parte,
De quem da fé se alimenta.

A busca da verdade não pode passar pela culpa,
Porém, não existem verdades absolutas.
É mais um ciclo que na vida se encerra,
Só que dessa vez sem dor e sem luta.

Amanhã verei o sol brilhar novamente
Espero não sentir meu corpo dormente
Dor de amor! Quem não sente?
 Mas, é necessário seguir em frente.

Vou esperar o inverno passar.
Os olhos estão cansados de tanto chorar.
O coração segue apertado e encolhido,
Esperando a chegada da primavera.

Quando chegar o final


Quando chegar ao final,
A solidão me servirá de abrigo.
A vida passa em um instante.
Rápida, ligeira, ofegante.

Quando chegar ao final,
A solidão servirá de lugar pra nós dois.
Na busca pelo sólido
Encontro o despropósito

Quando chegar ao final,
A solidão baterá a nossa porta.
Será ausência ou desilusão?
Nada disso mais nos importa.

Quando chegar ao final,
A solidão não refletirá a carência.
O contato com a poesia trouxe,
Uma saída para encarar a falência.

domingo, 4 de agosto de 2013

Oração aos Orixás II

Pierre Verger

Hoje é dia de festa no Orum
O primeiro a comemorar será Exu.
Para abrir todos meus caminhos,
Só com ajuda do meu pai Ogum.

Iansã é mulher guerreira,
Oxum mora na cachoeira.
Obá é forte e valente,
Dá nó até em madeira.

Oxossi caça na mata,
Ossãe é o curandeiro.
Para Oxumaré peço licença,
Pois, Xangô é meu padroeiro.

Omulu é quem me guia,
E me livra de todas às doenças.
Ewá é a dona dos rios,
Sempre ouço as suas lendas.

Olocum é a divindade do mar
Serenas e bravias são águas de Iemanjá,
Nanã deixa fôrma preparada,
Para o sopro de Oxalá.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Pertencimento




Além, do sofrimento a alegria.
É inerente a minha existência
Sou mais um filho da folia
Sou mais um herói da resistência

Quero me embriagar nos sonetos
Desejos fazer verso e prosa
Aprender como se nasce botão
E enfim, desabrochar como rosa.

Além, da dor, o amor.
A minha existência é inerente
Tenho direito a poesia
A palavra também me pertence