sábado, 15 de junho de 2013

Réquiem de Natal




Foi em uma linda noite de natal
Que tudo se desmoronou
A família toda dividida
Nunca mais se reencontrou

Aquela ceia abriu tantas feridas
Que nem o tempo foi capaz de cicatrizar
Tem dias que o melhor é ficar na cama
Tamanho é o medo de levantar.

É impossível se esconder da dor
As ruínas do castelo foram todas implodidas
A alegria da hora da chegada,
Transforma-se na dor da despedida

Eternizado como um réquiem de louvor
O Natal ressurge das cinzas
Os afetos são repletos de amor
e compostos por agonia e dor

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Medo da felicidade



Foi providencial esse afastamento
O reencontro só provou o quão sábio é o tempo
Realmente melhor deixar tudo no passado
Sem rancor e sem ressentimento

É impossível reconstruir o passado
Não há como analisar o que fizemos de errado
A impossibilidade foi imposta pelo medo
De ter dado certo, de sermos felizes

O destino é um dos nomes dado a impotência
É uma forma de darmos conta da incoerência
E assim não estragamos as aparências

Desde o início, tivemos medo de ser livres
Desde o início, tivemos medo de ser felizes
Desde o início, tivemos medo.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Lá no morro





Amanheceu lá no morro
E ele saiu para o trabalho
Na busca pelo sustento
A vida oferece atalhos

O caminho dele é sem volta
Ele encara qualquer “parada”
A vida passa feito um filme
Em cada esquina uma “quebrada”

Ele nunca teve direito de escolha
Não conseguia enxergar a situação
Acreditou que suas únicas armas
Eram o grito e a disposição.

Amanheceu lá no morro
E ele já sabia o que fazer
Encarou tudo de peito aberto
Não queria mais sofrer

Na luta pela sobrevivência
Ele foi o primeiro a cair
Acabou perdendo a inocência
E a possibilidade de sorrir.