sábado, 1 de dezembro de 2012

Abraço da saudade






A saudade sempre me abraça
Quando recorro à lembrança
No azul do firmamento
Surge uma ponta de esperança
                   
Seu sorriso me deixa calmo
Assim como o mar na temperança
Através do seu olhar enxergo o mundo
Como um lugar ambíguo e profundo

O vazio me consome
Sinto que fui abandonado
Não consigo mais enfrentar a vida
Para sua ausência não fui preparado

Olho para o andar debaixo
Vejo a sua casa escura
Recolhido em minha tristeza penso:
- Deveria ter ficado na rua

Os apelos não surtem mais efeito
Meus versos devem estar ultrapassados
Carrego essa dor contida no peito
Viver as agruras desse amor,
Foi pra isso eu fui talhado.


sábado, 10 de novembro de 2012

Seu cheiro





Seu cheiro invade o meu corpo
Fico tonta imaginando o seu rosto
Saio pela rua tentando te esquecer
Me deito com o primeiro,
Que me faz lembrar você. 

Não adianta lutar contra a paixão
Estou entregue e vulnerável
Sem carinho, sem emoção.
O caminho está claro,
E o destino à solidão.

Perco o rumo não me acho
Devo estar ficando louca
Sigo desejando seu corpo,
Cheia de água na boca.

O gosto do seu beijo
Não saí mais da minha cabeça
Será que você me ama?
Será melhor que eu te esqueça?

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Rara beleza



Hoje você está em seu melhor dia
Esse tom de amarelo lhe cai muito bem.
Realça a sua beleza,
Destacando o que de melhor você tem

Fito o seu rosto o tempo inteiro
Fico embevecido pela sua beleza
Desejo muito me aproximar
Mas, sou corroído pela incerteza.

Continuo te olhando de longe
Acho que não estou errado
Mas, sei também que não estou certo.

Tens uma beleza rara,
Só é vista em flores
Que nascem no deserto.

domingo, 4 de novembro de 2012

Perguntas a Deus


Perguntei a Deus o que foi que se modificou
Do plano original, o que se alterou.
Perguntei a Deus se o mundo está intolerante
Se as pessoas estão indiferentes,
Ou se estão apenas mais distantes.

O que está acontecendo com humanidade,
Os adultos estão passando fome.
Às crianças estão morrendo.
Foi a vida que virou uma mercadoria,
Ou é o mundo que está perecendo?

O que se passa nas grandes cidades?
Um infinito de crueldades, racismo e desigualdade.
Tais fatores não seriam debilidade?

Perguntei a Deus se ainda existe esperança
Se ela irá se renovar a cada primavera
Ou se irá renascer no sorriso de uma criança.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Felicidade dos meus amigos


A felicidade dos meus amigos
Faz coração bater mais forte
O amor mostra o seu rosto,
Fui premiado pela sorte.

A felicidade dos meus amigos
Transforma relacionamentos incertos,
Em relacionamentos fantásticos.
Os rompimentos serão sempre dramáticos
A pureza d’alma vem da ordem do catártico

A felicidade dos meus amigos
Renova o meu espírito
Me faz sorrir feito criança
Me faz transbordar feito um rio

A felicidade dos meus amigos
É como um sorriso que invade o rosto,
Renova a minha esperança.
Torna o meu dia mais gostoso

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Beleza Madura



A beleza quando é madura
É extremamente encantadora
Certamente deve ser conhecedora
De todos os meandros do amor

Já entende o que é reciprocidade
Consegue conjugar amor e amizade
Não elege mais a dor
Pois, prefere a liberdade.

A beleza quando é madura
Sempre chama a atenção
Pode não ter a juventude estampada no rosto

A beleza quando é madura repousa no coração
Não deve ser fácil passar pelo tempo,
Nem todos conseguem realizar a transição

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Retalhos



Foi inevitável o rompimento
Término era iminente
Foram anos de pura cegueira
E tudo aconteceu de repente,

Me lembro como se fosse hoje,
Ela chegou cheia de ímpeto,
Sua boca era quente
Eu era apenas um menino

Não quero brigas e nem as intrigas,
Talvez a gente se encontre,
Na próxima esquina,
Doeu demais, ver a sua partida,

Foi muito triste a hora da despedida,
Nos encontramos encurralados e sem saída.
E assim ela se foi, levada pela vida.

sábado, 20 de outubro de 2012

Natimorto




O negrinho foi morto subindo o morro
Para o estado mais um estorvo
Já veio ao mundo natimorto
Morreu de calor, morreu de desgosto.

O negrinho morreu indo para casa
Indo ao encontro da Pretinha
Iria beijar a criançada
Teve a casa invadida, teve a vida tirada.

O negrinho morreu por que não a foi escola
Lá não é lugar de Negro
Seu lugar é pedindo esmola
Vivendo da piedade daquele que lhe esfola

O negrinho morreu de solidão
Mais um filho sem pai
Mais um filho da exclusão
Passando fome, morreu de inanição.

sábado, 13 de outubro de 2012

Estrangeiro


Sinto falta de alguém
Que fale a minha língua
Que acolha meus anseios
Que entenda os meus medos

Onde estão os amigos?
Por onde andam os amores?
Desilusão noite e dia
Ninguém para mandar flores

Sinto-me um estrangeiro
Vindo de um lugar bem distante
Em busca de pertencimento
A procura de um alento

Meu passaporte não tem destino,
Nesse mundo sem fronteiras.
Sou apenas mais um cidadão,
Faço parte dessa comunidade,
Oriunda do país da solidão.

sábado, 6 de outubro de 2012

Bala perdida



Mais um negrinho
Que morre por engano
Morreu de fogo amigo
Mais um perdido no caos urbano

Perdemos os nossos pares
Dormindo dentro dos seus lares
Será que descansarão em paz,
Quando respirarem novos ares?

Mais um negrinho que morre por engano
Terá sido a polícia? Talvez!
Ou será que foi o bandido? Não sei!
Afinal, eles fazem parte do mesmo bando.

É mais um número para estatística
Mais um dentre os dezoito milhões
Que morrem por ano
Pra que tanto esforço?
Pra que tanto plano?

Seu destino está decidido
Certamente mofando em alguma cela
Certamente enterrado
No fundo de algum poço
Pobre do Negrinho
Que por engano foi morto 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A historia da minha vida



A historia da minha vida
Será contada em versos
Todas as minhas alegrias
Todos os meus mistérios

No Nordeste serão cantados
Os mais lindos ABC’s
Dizendo como eu vivi
O que eu fiz para sobreviver

No Sudeste serei cantado
Em versos de Samba
Em quantas rodas eu versei
Serei lembrando como Bamba

Farei parte de contos e epopeias
A história minha vida
Será a mais triste das tragédias
Mas, eu também serei o bufão.
O protagonista das minhas comédias

Certamente terá um tom visceral
Entrarei em contato com a minha dor
A história da minha vida
Será contada em lindos versos de amor.

domingo, 30 de setembro de 2012

O recomeço



Chegou o momento de recomeçar
Deixar para trás dores e angústias
Começo a entender o meu lugar
Não busco mais detalhes ou minucias

Dispensei as muletas para caminhar
Desaprendi a andar sozinho,,
Sem os seus olhos para sonhar
A solidão tornou-se parte do caminho.

Tenho medo de jogar com tempo,
Que surpresa eles nos reserva?
Ausência de carinho ou alento,
Vou caminhando, sem a menor pressa.

Hoje te vejo distante como o sol
Sigo apenas como um triste navegante.
Que sobe a torre e acende o farol
A procura de um doce semblante.

Expansiva


Uma cena que talvez eu não esqueça
Surgiu de forma tão inesperada,
Por mais que eu tente ou me esforce,
Aquele sorriso não sai minha cabeça.

Passou linda, na minha frente.
Sabia que estava sendo olhada,
Caminhou impávida pelo corredor,
Mas, pra ela aquilo era nada.

Sua beleza expansiva,
Torna-se um capítulo a parte
Uma visão daquelas, definitiva.
A mais bela obra de arte.

Passaria a vida inteira te olhando
Quem sabe um dia eu te levo
O vento sempre mistura a bruma
Assim como, um dia eu te espero.

Sorriso doce


É impossível não ficar feliz ao seu lado
Os segredos continuam sendo revelados
Uma sensação de sentimento renovado
O passado é constantemente revisitado

Não somos nada parecidos
E muito menos complementares
Mas, sem você nada faz muito sentido,
Contigo eu sempre respiro novos ares.
           
Não sei se terei a sorte de viver pouco
Será que devo recorrer a alguma pitonisa?
Irei gritar para o mundo até ficar rouco:
- Só você sabe unir todas as coisas em minha vida!

Sinto um sopro de inspiração,
Que a tanto tempo persigo
Como é bom sorrir com o seu olhar,
E como é doce olhar o seu sorriso.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Grito para o mundo


Grito para o mundo
O quanto esse amor é profundo
Já não penso mais no tempo
Estou perdido e sem alento

Grito para o mundo
Como é grande meu bem querer
Não consigo conter esse corte fundo
Que se fez ao te perder

Grito para o mundo
Como você é importante
Sinto o seu cheiro
Mesmo que esteja distante

Grito para o mundo
Como é doce o meu desejo
De me enroscar na sua pele
De provar seus doces beijos

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Cegueira



Sinto um vazio por dentro do peito,
Incapaz de viver as histórias,
Não conseguindo mais ser sujeito.
Completamente refém da memória.

É amarga essa sensação de vida vazia,
Me pego parado esperando a ajuda da sorte.
Sinto ou um fardo nos ombros, dia após dia.
Só me resta flertar com o sorriso enviado pela morte

Já não me alimento mais de esperança,
Deixo para trás as ilusões da infância,
Tamanha é a sordidez dos sonhos de criança.
A palavra de ordem é desconfiança.

A ignorância é a melhor companheira
Para que enxergar além?
Se o melhor da vida está na cegueira
Alegria de folião é desfilar na Mangueira.

Saudade


É uma dor que insiste doer
A saudade que não vai desaparecer
O coração que não se quer se restabelecer
Pensamento que não vai te esquecer

É esse o amor que não vai passar
Pois, o seu cheiro paira no ar.
Eu nos seus braços quero me aninhar
Louca, é a minha vontade de te beijar.

É você quem insiste em me entristecer
Dessa forma vou ter que me escolher
E nesse caminho eu não vou me perder
Sem seus carinhos eu prefiro morrer.

Eu não tenho como fugir da saudade
É difícil admitir e aceitar verdade
Sempre tivemos toda e total liberdade
De envolvimento, carinho e intimidade.

Eu apenas tento crer que irei te esquecer
Não consigo entender o seu prazer
Entrega-se ao desvinculo sem perceber
Morre de amor para enfim renascer

sábado, 4 de agosto de 2012

Moribundo




Buscando de onde sou oriundo
Em minhas andanças pelo mundo
Vagando sem rumo
Flanando sem prumo

Quem sabe um dia,
Eu me arrumo.
Quem sabe um dia,
Eu me assumo.

Feito um cão vagabundo
Esgueirando-me pela noite
Escondendo-me no sussurro
Sob lamúrias e murmúrios

Meu coração está moribundo
Bate no peito desnudo
A dor é lugar de quem fica,
Solidão sentimento fecundo.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Falta




Depois que você  foi embora
Aprendi a conviver com a ausência
Resolvi buscar a felicidade sem demora,
Vi na morte impermanência

Entendi que poetas se alimentam da falta
Contudo, estranhei demais essa dieta.
Então resolvi me alimentar de amor
Mas, não será essa uma alimentação indigesta?

Mesmo que a dor passe
A ordem continua controversa
Por mais que de amor eu me alimente,
Ainda sim, a ausência é o que me resta.

Aprendi a esperar pela morte
E nela enxerguei a transformação
A ausência também me renova
A morte vem acompanhada da solidão.

domingo, 1 de julho de 2012

Amar e ser amado





Quero amar e ser amado,
Sem limites e sem pudor,
Olhar pela janela,
Sentir o vento e seu frescor.

Quero amar e ser amado,
Assistindo o sol nascer,
Me entregar aos seus encantos,
E de amor desfalecer.

Quero amar e ser amado,
E ao seu lado envelhecer.
Tenho o amor como legado,
Para lhe oferecer.

Quero amar e ser amado,
Sem nenhuma restrição.
Sei que o amor é o caminho,
Mais curto até o perdão.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Encantado





Seu sorriso ilumina o dia
Ando perdido em meus pensamentos
Estou entregue ao acaso
Já não aguento mais esse tormento

Sua beleza me encanta
Finjo que vou até você
Ensaios uns passos dança

Sempre que te vejo, meus olhos brilham.
Assim como os olhos de uma criança
Reparo em suas mãos, e vejo uma aliança.
Mas, o meu coração insiste em ter esperança.

Espero pelo seu aceno
Sigo torcendo por um único olhar
Serei eu tolo ou ingênuo?
Mas, não me canso de esperar.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Sofreguidão



Seu corpo é quente e teso
Ela arde de desejo,
Como dali sair ileso?

Quero ali ser frequente
Acredita que perdeu a identidade
cheirosa, carinhosa e atraente.
Deixou-se levar pela idade

Em busca de um amor
que trará felicidade
Vive um conto de fadas
de princesa na puberdade

sábado, 2 de junho de 2012

Soneto da beleza




No azul do firmamento
Sua beleza resplandece
Não existem contrariedades,
Nem ao menos argumentos

Quero um pouco de intimidade
Só desejo me aproximar
Sem qualquer tipo de intenção
Posso apenas contemplar

Sublimo os meus desejos
Denego as minhas intenções
Estou ávido por um beijo

Sou consumido por aflições
Foste à imagem mais perfeita
Que já tive em minhas visões

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Perto de ti




Sou cio,
Me ponho a sonhar
Sou desejo,
Que não quer calar

Vivendo de utopia
Esqueço-me da dor
Sou Vênus
Em busca do amor

Em permanente estado de guerra
Transformo-me em Marte
Sou um poeta 
Em busca da arte

terça-feira, 1 de maio de 2012

A morte da sorte





Sorte da morte
Ou, morte da sorte?
Lépida e fagueira
Viril e forte

Morte do azar,
Ou, azar da morte?
Será que perdeu a viagem,
Ou, será falta de coragem?

Morte da sorte,
Ou, sorte do azar?
Medo de crescer,
Ou, medo de chorar?

Sorte do azar,
Ou, Azar da sorte?
Dessa vez onde está a morte?
Na próxima esquina
Pronta para dar o bote

Sorte, azar ou morte.
Concreto ou divino?
Escolha ou destino?
A solidão de um peregrino.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Coisas do amor



Aceitar novamente o amor,
É o dilema do coração que um dia foi magoado
Assim como, aprender a conceder o perdão
É a dificuldade daquele que nunca foi perdoado

Seria insensatez não perdoar o coração
Pra que fazer chorar um amor tão delicado
Mesmo que se transforme em romance de estação
A precipitação seria um ato tão desalmado.

É impressionante, como em um único instante,
A lacuna feita pelo tempo rapidamente desaparece
Todos entendem que nada será como antes,
Basta uma única troca de olhar, que o amor se reconhece.